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Para 2022: que as uniões sejam mais ricas em uma era que “a gente” quer fazer consumo e descarte.

  • Foto do escritor: Marcela Rolim
    Marcela Rolim
  • 31 de dez. de 2021
  • 3 min de leitura

Post em co-autoria com Marco Bettini, um amigo convidado.



Eita, “a gente” é muita gente! Não podemos descartar as pessoas que cresceram com o autoconhecimento e que compreendem a ideia de união como uma construção na presença de um outro diferente, e que isso dá trabalho. União com princípios absolutos, da alma, onde dois se tornam um e mesmo com suas individualidades são uma única respiração. Todo mundo busca a felicidade nas relações, a questão é ter coragem de viver, o que significa correr riscos, assumir responsabilidades e superar grandes obstáculos. Viver dói, somos singulares, finitos e viver dói pra todos. Viver é refazer-se diariamente em benefício de si próprio e do outro a quem partilhamos nossa caminhada.


Vivemos numa sociedade definida pelo consumismo, e isso acontece até mesmo nas relações humanas, ainda que não nos percebamos como mercadorias. Hoje existem os catálogos de pessoas nos mais variados aplicativos de encontros que permite a escolha daquele ou daquela na prateleira do “amor”, ou será do sexo? As redes sociais são excelentes oportunidades para que as empresas possam eleger determinado perfil a utilizar seu produto e a influenciar sua venda. Estamos numa era em que a maioria prefira os contatos virtuais a ter que se fazer presente. É mais fácil desistir de pessoas como se fossem descartáveis, sem ao menos dar possibilidades para confronto e sacrifício, lutando apenas por uma busca de prazer desenfreado. É fácil para quem não quer se dar ao trabalho de encarar as fragilidades relacionais e preferem fugir e jogar fora as chaves do seu próprio quarto escuro mental. Preferem trocar de objeto humano acreditando que a nova relação não lhe trará conflitos e que tudo será um mar de rosas. Chegam a abdicar de um sentimento pela ilusão de uma união linear, sem os altos e baixos.


Será que as relações não foram criadas com o objetivo de gerar o atrito necessário para que cada um possa se lapidar e chegar à felicidade por meio da compreensão e respeito das diferenças? Para evoluir se faz necessário ir a fundo, compreender a razão de estar vivendo essas experiências, com um olhar meticuloso nas emoções geradas provenientes desses atritos e, enfim, colher o resultado para evitar contínuas repetições das experiências que causam tanta dor e sofrimento. Enquanto não paramos para olhar profundamente essas emoções elas tendem a se repetir.


Para 2022 desejamos que a humanidade tenha mais saúde interna em um estado de atenção plena sobre si para a construção edificante de uma união verdadeiramente rica. É preciso que as pessoas entendam que o real significado de felicidade nas trocas humanas não pode se limitar a sensações agradáveis e a uma erupção de alegria. Essas diversas facetas não são suficientes para construir uma imagem de realização profunda e duradoura com o outro. Relacionar-se dá trabalho, demanda esforço, dedicação e força de vontade mútua, além, é claro, do cultivo do amor. Se apenas um lado se propõe à luta diária de fazer dar certo não existe caminho para trilhar a prática da felicidade plena, este terreno não é fértil e muito provavelmente essa fonte está seca. Onde há esforço demais de um lado existe, claramente, um universo que já não lhe cabe. A prática do bem estar relacional deve ser uma escolha mútua e diária. Menos ego e mais amor para 2022!


Um feliz e abençoado ano novo!




Marco Bettini, 49 anos e há 15 anos trilhando a bela jornada do auto conhecimento por meio da filosofia, meditação e contínua lapidação para se tornar um ser humano melhor e construir um mundo melhor

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